As asas dos outros
"O bater por estes lados das asas de uma borboleta pode causar um terramoto na China." A frase é mais ou menos esta. A mim, a ideia sempre impressionou. E é por isso que tenho grande alergia à possibilidade de causar terramotos, sobretudo na China dos outros. Entenda-se. Sinto-me muito pouco confortável com a ideia de que aquilo que eu faça possa influir na desventura alheia. Mesmo quando dou conselhos aos amigos, seguro-me na estratégia de discursar em delta. Comigo não há cá conselhos, não sou um GPS, na melhor das hipóteses, sou um mapa. Abro opções, o resto é convosco. Porquê? Porque me apoquenta essa responsabilidade de foder o mundo dos outros com a minha desajeitada pata de elefante.
Posto isto já posso passar ao ponto dois do meu raciocínio.
Os tiranos em particular e os gajos com poder em abstracto sempre me intrigaram. A capacidade que essa gente tem de influenciar, manipular, decidir. Não se trata de coisa tão pouca como possa parecer. A cada momento exercer a faculdade de afectar o destino do próximo e não viver com uma brutal azia. É daquelas coisas que eu creio que exijam muita convicção ou pouca humanidade.
O Inferno, como eu o vejo, é o interlúdio eterno em que os nossos súbditos nos vêm narrar das suas vidas que prejudicámos.
Posto isto já posso passar ao ponto dois do meu raciocínio.
Os tiranos em particular e os gajos com poder em abstracto sempre me intrigaram. A capacidade que essa gente tem de influenciar, manipular, decidir. Não se trata de coisa tão pouca como possa parecer. A cada momento exercer a faculdade de afectar o destino do próximo e não viver com uma brutal azia. É daquelas coisas que eu creio que exijam muita convicção ou pouca humanidade.
O Inferno, como eu o vejo, é o interlúdio eterno em que os nossos súbditos nos vêm narrar das suas vidas que prejudicámos.
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